Doses não utilizadas da vacina contra a dengue serão enviadas para regiões em estado de emergência por surto, atendendo à pressão dos municípios.
A ministra da Saúde Nísia Trindade afirmou hoje que a vacina contra a dengue será redistribuída para municípios em estado de emergência. As doses não aplicadas serão realocadas para garantir a imunização da população mais vulnerável.
A medida visa garantir que o imunizante chegue onde mais é urgente, para evitar a propagação da doença. A distribuição das doses será feita conforme a demanda de cada região, priorizando a proteção dos cidadãos.
Redistribuição de doses de vacina contra a dengue
‘Estamos trabalhando e, com respaldo do comitê científico, vamos fazer a redistribuição das doses que não foram aplicadas usando um ranqueamento dos municípios em estado de emergência por dengue’, comunicou em coletiva. ‘Para atingir mais locais, poderíamos ampliar a faixa etária, mas, pela questão de saúde pública, vamos ampliar o número de municípios’, explicou.
Até o momento, 350 cidades decretaram emergência. Segundo Nísia, há pressão dos municípios pela distribuição das doses e a nova orientação foi elaborada em colaboração com o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) e Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems). O assunto é complexo.
Há demanda, pressão, mas também compreensão.’ Nesta segunda-feira, 18, a cidade de São Paulo entrou em estado de emergência por epidemia da doença e a prefeitura informou que enviaria o quarto ofício ao governo federal pedindo doses para a capital paulista.
Secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente do ministério, Ethel Maciel informou que 1,2 milhão de doses foram doadas pela empresa e distribuídas. Até o momento, 435 mil foram aplicadas. ‘Temos um quantitativo importante que não pode ficar parado nos municípios.
O PNI (Programa Nacional de Imunizações) vai orientar que os municípios com mais casos recebam essas doses’, explicou. A redistribuição ocorrerá dentro dos estados que receberam as doses para que questões logísticas não atrasem o repasse das vacinas.
Desafios na vacinação contra a dengue
Nísia criticou a falta de comparecimento das crianças aos postos de vacinação para receber a primeira dose do imunizante contra a dengue, o que motivou a redistribuição das doses. ‘Há uma pressão específica na vacinação contra a dengue. A gente vive essa contradição. Por um lado, tem pessoas que querem tomar a vacina.
Por outro lado, os responsáveis não estão levando (os filhos) para vacinar.’ A ministra destacou que ‘nenhum país tem a vacina para uso em massa’ e que a farmacêutica não tem capacidade para envio de mais doses no momento.
Ela antecipou que ‘haverá possibilidade de produção nacional’ pela Fiocruz, mas que o anúncio será feito com a definição do montante de doses a serem produzidas e o cronograma.
O Brasil enfrenta um surto de dengue desde as primeiras semanas de 2024 e, na semana passada, o número de casos de dengue no país superou os registros de todo o ano de 2023. Até o momento, foram registrados 1.937.651 casos da doença e 630 mortes. Outros 1.009 óbitos estão em investigação.
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Campanha de imunização e distribuição de vacinas
O Distrito Federal e o estado de Goiás foram os primeiros a receber doses da vacina contra a dengue, dando início à campanha de imunização que, atualmente, está focada na faixa etária de 10 a 14 anos. Além dessas regiões, Acre, Amazonas, Bahia, Espírito Santo, Maranhão, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Paraíba, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Roraima, Santa Catarina, São Paulo e Tocantins também receberão doses para distribuição em 521 municípios.
Essas localidades foram escolhidas por serem locais com mais de 100 mil habitantes que estão enfrentando predominância do sorotipo 2 da doença e tiveram números significativos de casos desde o ano anterior. Além disso, são áreas que registraram altos índices de infecção nos últimos dez anos e o grupo prioritário foi definido considerando os mais afetados por episódios que resultam em internações.
Em outubro do ano passado, a OMS recomendou a vacinação contra a doença com foco principalmente em crianças e adolescentes de 6 a 16 anos em países endêmicos, como o Brasil. O imunizante Qdenga, da empresa japonesa Takeda, foi liberado pela Anvisa meses antes, em março.
O Ministério da Saúde seguiu a orientação da OMS e vai disponibilizar a vacina para essa faixa etária. Com a medida, o Brasil se tornou o primeiro país a incluir o imunizante no sistema público de saúde.
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Reações adversas da vacina contra a dengue
O Ministério da Saúde apresentou esclarecimentos sobre uma nota técnica com dados sobre eventos adversos relacionados à vacina contra dengue, a Qdenga, incorporada no Programa Nacional de Imunizações (PNI) e aplicada no público de 10 a 14 anos.
Segundo o documento, entre as 365 mil doses aplicadas das redes pública e privada, foram relatadas 529 notificações, das quais 70 foram reações alérgicas, como hipersensibilidade e anafilaxia. Esses casos são considerados raros e especialistas recomendam que os pais continuem levando os filhos aos postos de vacinação para protegê-los contra infecções causadas pelo mosquito Aedes aegypti.
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Fonte: @ Veja Abril
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