Prevalência alta associada à baixa adesão à vacinação; atraso no diagnóstico eleva taxa de mortalidade. Lesões precursoras desenvolvem-se após infecção pelo HPV.
O índice de câncer de colo de útero tem apresentado um crescimento preocupante no Brasil, mesmo sendo uma doença que pode ser prevenida. Nos últimos anos, houve um aumento significativo na taxa de mortalidade pela condição, passando de 5,2 para 6,4 por 100 mil habitantes, conforme apontam os dados do Sistema de Informações da Mortalidade (SIM/SUS).
O tumor de colo do útero está diretamente relacionado à infecção pelo HPV, sendo um dos principais fatores de risco para o desenvolvimento do câncer cervical. É fundamental conscientizar a população sobre a importância da prevenção e do acompanhamento médico regular para evitar complicações decorrentes dessa enfermidade. A prevenção ainda é o melhor caminho para combater o câncer de colo de útero e garantir uma melhor qualidade de vida para as mulheres.
Prevalência do câncer de colo de útero
Vale ressaltar que se trata do terceiro tipo de câncer mais prevalente entre mulheres, excluídos os tumores de pele não melanoma, segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca). Segundo Eduardo Cândido, membro da Comissão de Ginecologia Oncológica da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), mais de 90% dos casos de câncer de colo de útero se desenvolvem a partir da infecção pelo papilomavírus (HPV), sendo que os subtipos 16 e 18 representam a maioria dos casos – no total, são 200 subtipos identificados. Ele afirma que cerca de 70% a 80% da população entra em contato com o HPV em algum momento da vida, principalmente por meio da atividade sexual.
Desenvolvimento do câncer de colo de útero
Embora a maioria das infecções pelo vírus seja resolvida pelo sistema imunológico, algumas persistem, o que pode resultar no desenvolvimento de lesões e, eventualmente, no desenvolvimento do câncer. Mais de 90% dos casos de câncer de colo de útero se desenvolvem a partir da infecção pelo papilomavírus (HPV), sendo que os subtipos 16 e 18 são os principais culpados.
A importância do rastreamento precoce
Na avaliação de Angélica Nogueira, oncologista clínica e membro do Comitê de Lideranças Femininas da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC), a dificuldade para reduzir tanto a prevalência quanto a mortalidade pela doença indica uma necessidade contínua de conscientização sobre a importância dos exames de rastreamento precoce, do uso de preservativos e da vacinação contra o HPV. Ela explica que as lesões precursoras do HPV, que acometem o colo do útero, são consideradas pré-cancerígenas e não provocam sintomas, sendo visíveis apenas por meio do exame de papanicolau.
Desafios da cobertura vacinal
O uso de preservativos e a vacinação são consideradas as medidas essenciais para evitar o aparecimento do câncer de colo de útero. No Brasil, existem dois tipos de vacina disponíveis até o momento: Vacina quadrivalente: disponível no SUS, é indicada para meninas e meninos de 9 a 14 anos; homens e mulheres transplantados; pacientes oncológicos em uso de quimioterapia e radioterapia; pacientes com HIV/Aids, e vítimas de violência sexual. Vacina nonavalente: disponível na rede privada, é indicada a crianças e adultos de 9 a 45 anos.
Fonte: @ Estadão
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