A gestora Tarpon, acionista da empresa, deve elevar de 20% para 40% o
poison pill
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da Hidrovias, permitindo a Ultrapar avançar no setor de logística.
A divulgação da compra de uma participação de 17% na Hidrovias pela Ultrapar não causou grande impacto no mercado. Já era esperado que a empresa adquirisse uma fatia maior, visto que o NeoFeed havia antecipado essa movimentação em outubro do ano passado, quando revelou que a Ultrapar já detinha mais de 4% da companhia e planejava aumentar sua participação.
Com essa proposta de compra, a Ultrapar reforça sua estratégia de expandir seus investimentos no setor logístico. A notícia traz mais um capítulo para a história da companhia, que busca diversificar seus negócios e aumentar sua presença em segmentos estratégicos para seu crescimento.
Ultrapar e sua expansão no agronegócio
A empresa Hidrovias era um case que estava sendo estudado pelos executivos do grupo Ultra para reforçar sua exposição ao agronegócio. E, ao mesmo tempo, poderia ser uma porta de saída para o Pátria, que tem uma participação de mais de 20% na empresa através de seus fundos (a gestora não está saindo do negócio e deve manter ainda 10% da Hidrovias).
Para o negócio, agora, ser concretizado, há um fiel da balança. E ele se chama Tarpon, gestora que tem mais de 15% da Hidrovias. Explica-se: a oferta da Ultrapar – que está pagando R$ 3,98 por ação, um prêmio de quase 12% sobre o fechamento da ação na sexta-feira, 22 de março, e que equivale a um desembolso de R$ 500 milhões – precisa retirar da frente um obstáculo.
Esse obstáculo é a ‘poison pill’, que, no caso da Hidrovias, obriga qualquer acionista que atingir 20% do capital a fazer uma oferta por toda a empresa. A ideia do Ultra é chegar a 27%. A proposta é subir a ‘poison pill’ para 40%, abrindo o caminho para a aquisição da Ultrapar sem a necessidade de oferecer as mesmas condições para todos os acionistas.
E, nesse jogo, a Tarpon será fundamental para aprovação pela sua relevância no capital social da Hidrovias. Até agora, a gestora não deu sinais de como deve atuar nessa questão. Outros nomes relevantes nesse xadrez é o Alaska Investimentos, com pouco mais de 5%, e o Morgan Stanley, que também tem mais de 5% da Hidrovias.
NeoFeed e a visão estratégica da Ultrapar
Uma fonte com a qual o NeoFeed conversou, que está comprada na ação, diz que está analisando o assunto, mas avalia que ‘seria justo em troca da retirada da ‘poison pill’ que a Ultrapar oferecesse uma OPA para que todos pudessem vender junto com o Pátria.’ A reação do mercado foi positiva.
A ação da Hidrovias subia mais de 12% por volta das 12 horas, com a companhia avaliada em mais de R$ 3 bilhões. O Bradesco BBI diz que a Ultrapar, com o negócio, expande sua presença em logística agroindustrial, uma das fronteiras de expansão que haviam destacado, com possibilidade de geração de sinergias.
Ultrapar e a diversificação de seus negócios
O Citi é mais cauteloso em sua análise e diz vai esperar para ver como isso poderia potencialmente gerar valor para a empresa, uma vez que ainda não está claro como a estratégia e as oportunidades da Hidrovias do Brasil poderiam mudar. A Hidrovias, atualmente, tem dois negócios principais.
Um deles é o corredor Norte (Itaituba-Barcarena, ambas no Pará), que escoa a safra de grãos do Mato Grosso e do Pará. O outro, o corredor Sul, transporta minério de ferro por meio da hidrovia do Rio Paraná. Além desses, a Hidrovias atua com cabotagem, realizando transporte de minérios, principalmente bauxita, originados no Pará e destinados para exportação.
Em Santos, conta com uma área destinada para recebimento, armazenamento e expedição de sal e fertilizantes. Relacionados Seca pode ‘secar’ os resultados da Hidrovias do Brasil Voltz, investida do Ultra e da Creditas, entra em curto-circuito Por que o Grupo Ultra montou uma posição (secreta) na Hidrovias
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Fonte: @ NEO FEED
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