A joia da Coroa subiu devido a especulações de dividendos extraordinários. Investidores avaliam o fim do ciclo de cortes com expectativas em aberto.
A bolsa de valores iniciou a semana com um leve aumento. Contudo, surgiram incertezas acerca do término do ciclo de redução da Selic, o que impactou a movimentação do mercado. Mesmo diante desse cenário, o Petrobras manteve-se como um dos principais suportes para a elevação do índice de Ibovespa.
O Selic é crucial na condução da política econômica, influenciando diretamente a taxa básica de juros, que por sua vez tem grande relevância para diversos setores. A expectativa em torno das próximas decisões do Comitê de Política Monetária reflete-se nos movimentos do mercado financeiro, destacando a importância de monitorar de perto as movimentações relacionadas à Selic.
Expectativas sobre a SELIC e movimentações no mercado financeiro
Em 2024, a SELIC se encontra em 6,42%, sendo alvo de muitas especulações e análises por parte dos investidores. Dentre as 86 ações em destaque, surgem as movimentações em torno da ‘joia da Coroa’. Os papéis da Petrobras ganham atenção especial, com uma significativa representação de cerca de 13% no Ibovespa. Este cenário é marcado pelas reações às especulações sobre dividendos extraordinários, que têm sido motivo de discussões há mais de um mês.
Os investidores mantêm seus olhos atentos às movimentações do petróleo e do câmbio, registrados no primeiro trimestre. A expectativa é de que metade dos lucros gerados seja direcionada aos acionistas, incluindo o governo controlador. Com a necessidade de aumentar receitas para alcançar a meta do déficit zero, diante da falta de cortes de gastos, a situação se torna ainda mais complexa.
No mundo das ações, observa-se um aumento nas ações ordinárias (ON) da estatal, com avanço de 2,43%, e também nas preferenciais (PN), com 2,39% de alta. A carteira teórica, famosa no cenário financeiro brasileiro, movimentou cerca de R$ 17 bilhões, mantendo-se próxima da média diária dos últimos 12 meses, que é de R$ 18 bilhões.
Em relação ao dólar, houve uma queda de 0,59%, chegando a R$ 5,17. No acumulado do mês, a moeda apresenta uma alta de 3,06%. No ano de 2024, a valorização já atinge 6,52%.
As especulações em torno da SELIC continuam intensas, com incertezas sobre suas movimentações na próxima reunião de política monetária, agendada para o dia 8 de maio. O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, está diante de um cenário de crescente incerteza, influenciado por diversos fatores, como a manutenção das taxas de juros nos Estados Unidos, riscos geopolíticos, e desafios internos de cunho fiscal.
Diante desse contexto, as projeções em relação à SELIC variam, com possibilidades de cortes de meio ponto, ou até mesmo ajustes menores, dependendo da evolução do cenário econômico. Os analistas já apontam para um possível limite de redução dos juros ao redor de 9,75% ao ano, enquanto investidores projetam números ainda mais altos.
As expectativas do mercado financeiro estão refletidas nas taxas de Depósito Interfinanceiro (DI), com preços mais próximos às estimativas dos investidores para a SELIC. Os prêmios em contratos futuros estão ajustados de acordo com as projeções, sinalizando uma potencial estabilização ou até mesmo incremento nas taxas de juros.
À medida que se observa prazos mais longos, como janeiro de 2034, a influência do ‘risco fiscal’ se torna mais evidente, revelando a sensibilidade do mercado a questões macroeconômicas de longo prazo. O desempenho dos indicadores econômicos, como o PIB americano e o IPCA-15, terão um impacto significativo nas decisões dos investidores, influenciando diretamente as movimentações no mercado financeiro.
Fonte: @ Valor Invest Globo
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