Nova presidente da estatal adota postura alinhada aos interesses do governo na Petrobras, reacendendo temores sobre governança e autonomia.
Preocupação e prudência. Esses são os termos que descrevem o clima entre os investidores após a fala de Magda Chambriard ao se tornar a líder da Petrobras. A executiva realizou sua primeira entrevista coletiva ontem (27), marcando o início de sua gestão na empresa.
Os acionistas da Petrobras (PETR3; PETR4) estão atentos às próximas movimentações da nova presidente. A expectativa é de que sua liderança traga estabilidade e confiança para a companhia, que passa por um momento crucial em seu histórico. A transparência e a eficiência serão fundamentais para o futuro da empresa.
Novo Comando na Petrobras: Magda Assume Postura Mais Alinhada
Apesar das incertezas, as mensagens transmitidas pela indicada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para liderar a estatal de petróleo não surpreenderam, o que tranquilizou as expectativas de especialistas e investidores. De fato, como era esperado, a nova presidente demonstrou que adotará uma postura mais alinhada aos interesses do governo dentro da Petrobras.
Embora ela conte com ampla experiência no setor de petróleo e gás, tendo ocupado o cargo de diretora-geral da ANP, há preocupações significativas sobre possíveis interferências políticas em sua gestão, conforme destaca André Colares, presidente da Smart House Investments.
A saída de Jean Paul Prates do comando da estatal para a entrada de Magda foi interpretada como uma estratégia para alinhar a Petrobras às políticas de gestão do governo Lula, o que levantou questionamentos sobre a capacidade de governança e autonomia da empresa.
Um tema relevante abordado pela executiva é a política de preços da estatal, defendida há muito tempo por Lula. A nova presidente afirmou que continuará ‘abrasileirando’ os preços dos combustíveis, seguindo o modelo adotado em maio do ano anterior, quando o governo encerrou o preço de paridade internacional em vigor desde 2016.
Em cenários de aumento de preços no exterior, a Petrobras não deve repassar os ajustes para o mercado doméstico. Segundo Alexandre Espírito Santo, economista-chefe da Way Investimentos, resta saber se o mercado já absorveu positivamente essa política ‘abrasileirada’.
Magda mencionou que a empresa tem novas fronteiras importantes a explorar, como a Margem Equatorial e a Bacia de Pelotas, em consonância com as expectativas do Ministério de Minas e Energia, conforme aponta Julia Monteiro, analista da MyCap.
O desafio atual, conforme destacado pela nova presidente da estatal, é garantir a segurança energética e lidar com a transição energética. Durante uma coletiva, ela ressaltou a necessidade de acelerar os esforços da empresa nesse sentido, em linha com as expectativas do governo.
É relevante lembrar que a mudança no comando da Petrobras visa aumentar os investimentos da companhia, em contraposição ao processo de ‘desinvestimentos’ conduzido por Prates. Para Volnei Eyng, presidente da gestora Multiplike, ficou evidente que o objetivo do presidente Lula ao nomear Chambriad para liderar a empresa é expansionista.
Fonte: @ Valor Invest Globo
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