Banco Central indica incerteza, mas sugere corte da taxa básica de juros devido a cenário desinflacionário e atividade econômica fraca.
A decisão do Banco Central em reduzir novamente a Selic surpreendeu o mercado financeiro, que esperava uma manutenção da taxa de juros. Com isso, a taxa básica de juros atingiu o patamar de 10,75%. A expectativa dos analistas era de que houvesse uma pausa nos cortes, mas o Copom optou por seguir com a política de afrouxamento monetário.
Os investidores agora aguardam por novas sinalizações do Banco Central sobre os próximos passos da taxa básica de juros. A redução da Selic pode impactar diversos setores da economia, influenciando desde as aplicações financeiras até o custo do crédito para empresas e consumidores. É importante estar atento às próximas decisões do Copom para se planejar adequadamente em meio às mudanças do cenário econômico.
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Desdobramento do corte da Selic
Desta vez, porém, o BC disse que um novo corte deste mesmo tamanho, no singular, estava previsto. Assim, o mercado passou a se questionar se a Selic pararia de cair ou se as quedas ficariam maiores ou menores. E, segundo a ata, o cenário ainda está em aberto, mas a Selic deve seguir em queda.
Na ata, o Banco Central voltou a reforçar que o movimento desinflacionário está acontecendo. No entanto, a autoridade monetária deixou claro que, neste segundo momento, a velocidade desse processo é menor. Portanto, isso significa que a inflação está arrefecendo, mas de maneira mais lenta. Com isso, o BC afirma que isso exige ‘serenidade e moderação na política monetária’.
Impactos das decisões do Banco Central
Ao mesmo tempo, o Banco Central deixou claro que ‘seria um equívoco interpretar a mudança na sinalização futura como uma indicação de alteração do ciclo de política monetária’. Isso significa, portanto, que ainda que o BC tenha dado a entender que apenas um novo corte de 0,5 ponto percentual deve acontecer, a trajetória de queda da Selic não deve se reverter.
Portanto, dificilmente irá acontecer uma alta dos juros, por exemplo. Na ata, o Banco Central reforçou muitas vezes que o cenário está incerto, tanto no Brasil como nos Estados Unidos. Com isso, fica mais difícil que a autoridade monetária ‘crave’ seus próximos passos, já que isso dependerá do que vai acontecer daqui em diante e, claro, do que os dados mostrarão.
Definições futuras e acompanhamento econômico
Na ata, o Banco Central afirma que a atualização dos conjuntos de dados econômicos serão importantes para definir não só o ritmo de cortes como também a taxa terminal de juros. Por fim, um dos principais pontos de atenção reforçado pelo Banco Central foi a resiliência do mercado de trabalho brasileiro.
A autoridade monetária reforçou o ‘dinamismo do mercado de trabalho’, com ‘ênfase na aceleração de rendimentos e de massa salarial’. Como bem se sabe, um mercado de trabalho forte pode trazer também mais pressões inflacionárias, o que deve trazer atenção ao Banco Central.
‘Dada a dificuldade de uma conclusão assertiva sobre as defasagens entre o mercado de trabalho e a atividade econômica, o Comitê seguirá acompanhando os dados em profundidade’, diz o documento.
‘Com relação à inflação, tal como esperado no segundo estágio da desinflação, a velocidade de desinflação se reduz, exigindo serenidade e moderação na condução da política monetária.’
Fonte: @ Valor Invest Globo
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