Tese de que a taxa básica deve parar de cair em 2021, mas voltar a descer em 2025, ganha força com a indicação de nomes para a diretoria do Copom.
O período de atuação de Roberto Campos Neto como presidente do Banco Central chega ao fim no término deste ano. Junto com ele, se despedem também outros dois membros da diretoria que, assim como o novo presidente da autoridade monetária, serão substituídos por nomes indicados pelo atual governo. Dessa forma, os indicados pelo presidente Bolsonaro serão maioria, impactando possíveis mudanças na Selic.
Com a mudança na diretoria do Banco Central, a definição da taxa básica de juros, conhecida como Selic, pode sofrer alterações. A expectativa é que o novo time de diretores influencie diretamente nas decisões relacionadas à Selic, refletindo assim no cenário econômico do país. A definição da Selic é crucial para o controle da inflação e para a condução da política monetária, sendo um dos principais instrumentos de regulação econômica.
Discussões sobre a Selic após a última reunião do Copom
A troca de membros no Comitê de Política Monetária (Copom) tem gerado preocupações no mercado financeiro. Após a recente reunião do Copom, ficou evidente a divergência de opiniões entre os diretores indicados no governo anterior e os atuais escolhidos pelo presidente. Essa mudança no comando do Banco Central levanta questionamentos sobre o futuro da Selic.
Alguns analistas apontam que a taxa básica de juros pode parar de cair ainda este ano e voltar a cair no próximo. O ‘racha’ no Copom durante a última reunião ilustra essa divisão: os diretores indicados pelo governo atual defendiam um corte mais agressivo da Selic, enquanto as indicações do governo anterior preferiam um corte mais moderado.
Essa disputa reflete a preocupação com a inflação, já que a Selic é um instrumento crucial para controlar os preços. A elevação na projeção de inflação, especialmente devido aos indicadores robustos do mercado de trabalho, levou o Banco Central a adotar uma postura mais conservadora.
No entanto, há expectativas de que essa postura possa ser revista no próximo mandato do Banco Central. O economista André Perfeito sugere que a mudança não se deve à tolerância à inflação, mas sim à pressão externa. Com a possibilidade de cortes de juros nos Estados Unidos, o Brasil pode ser instigado a seguir o mesmo caminho.
A relação entre as taxas de juros nos EUA e no Brasil é crucial. Com os juros americanos em níveis elevados, o Brasil precisa manter sua taxa básica competitiva para atrair investidores. A dinâmica global dos juros pode influenciar as decisões do Banco Central brasileiro, mesmo antes de movimentos do Federal Reserve.
Em meio a essas incertezas, a Selic permanece no centro das discussões, refletindo não apenas questões internas, mas também as dinâmicas globais que moldam as políticas monetárias.
Fonte: @ Valor Invest Globo
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