Defesas de Cristiano Girão e Maxwell Corrêa afirmam que delação de Ronnie Lessa os isenta dos crimes denunciados pelo MP no caso Marielle Franco.
RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – Dois milicianos presos recorreram à delação para tentar obter liberdade, utilizando o testemunho do ex-PM Ronnie Lessa, autor confesso do assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL), como argumento perante a Justiça do Rio de Janeiro.
A colaboração premiada de Ronnie Lessa foi fundamental para que os milicianos buscassem uma saída legal para sua situação, evidenciando a complexidade do caso que chocou o país. A delação é uma ferramenta controversa, mas que tem se mostrado eficaz em diversos processos judiciais, trazendo à tona informações cruciais para a resolução de crimes de grande repercussão.
Delação de Ronnie Lessa implica ex-PM Ronnie Lessa e Marielle Franco PSOL
As defesas do ex-vereador Cristiano Girão e do ex-bombeiro Maxwell Simões Corrêa, o Suel, alegam que os depoimentos do ex-PM os eximem das acusações feitas pelo Ministério Público. O MP-RJ se opõe à soltura dos dois réus. A Promotoria argumenta que as declarações de Lessa não são suficientes para absolver os acusados.
A delação de Ronnie Lessa teve como foco principal esclarecer o assassinato de Marielle Franco. Ele apontou os irmãos Domingos e Chiquinho Brazão como os mandantes do crime. Os irmãos foram detidos preventivamente e agora enfrentam acusações no STF.
Além do caso Marielle, Lessa mencionou outros delitos dos quais é acusado. Segundo o acordo de colaboração premiada, a delação precisa ser validada pelos tribunais responsáveis pelas demais ações penais.
Cristiano Girão foi preso em julho de 2021 sob a acusação de ter ordenado a morte de André Henrique da Silva Souza, conhecido como André Zóio, em uma disputa territorial com o ex-vereador. Lessa admitiu ter cometido o assassinato, mas isentou Girão de envolvimento, alegando não ter vínculos com ele.
Lessa afirmou não ter interesse em proteger Girão e que agiu por conta própria ao matar André Zóio. Ele explicou que o crime ocorreu após uma discussão sobre lucros de máquinas de música e fliperamas em Gardênia Azul.
A defesa de Cristiano Girão solicitou a revogação da prisão preventiva, argumentando que a delação de Ronnie Lessa comprova a inocência do ex-vereador. O advogado Zoser Hardman afirmou que a delação, que levou à prisão de outras figuras públicas, deve também resultar na libertação de Girão.
No entanto, o Ministério Público se opôs à soltura de Girão, alegando que a simples negação de participação do réu colaborador não é suficiente para revogar a prisão. A Promotoria ressaltou a necessidade de investigar as alegações de Lessa em relação aos processos em andamento.
A delação de Ronnie Lessa continua a gerar repercussões no caso, com diferentes partes apresentando argumentos a favor e contra a liberdade de Cristiano Girão. A Justiça ainda não se pronunciou sobre o pedido de revogação da prisão preventiva do ex-vereador.
Fonte: © Notícias ao Minuto
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