Fabricante de chocolates finos inicia processo de incorporação à multinacional suíça após aprovação do Cade e saída da Advent. Incorporação inclui marcas como Prestígio e Toddy.
A empresa Nestlé conseguiu acelerar o processo de integração com o grupo CRM, agilizando a aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) para a união com as marcas Kopenhagen, Kop Koffe e Brasil Cacau. Diferente de casos anteriores, como a compra da Garoto, a multinacional suíça obteve a autorização em um prazo muito mais breve, demonstrando eficiência no processo de fusão.
Essa rápida aprovação reflete o compromisso das empresas com a colaboração e a busca por sinergias entre os negócios. A incorporação do grupo CRM pela Nestlé representa mais um passo importante na estratégia de expansão da empresa no mercado de chocolates finos, fortalecendo sua presença e ampliando sua participação no setor.
Integração gradual e planejamento estratégico
Nos dias 7 e 8 de março, as empresas realizaram o primeiro off-site para que os times pudessem começar a se conhecer e planejar as ações futuras. Neste momento, a integração está sendo gradativa, voltada mais ao backoffice. A linha de frente só começará a ser planejada a partir de abril.
Oportunidades de integração e estratégia de vendas
‘Neste momento, as oportunidades de integração são no backoffice porque estamos concentrados em entregar um sell out até 20% superior à Páscoa do ano passado’, diz Renata Vichi, CEO da Kopenhagen, ao NeoFeed. A Páscoa, aliás, dará ao consumidor o primeiro gostinho da combinação das marcas. A Brasil Cacau fez uma releitura dos tradicionais chocolates Prestígio e Lollo, da Nestlé.
Colaboração e estratégias de mercado
Ambos ganharam versões especiais trufadas, de 400 gramas, vendidas apenas nas lojas da marca do grupo CRM, por R$ 87,90. Mesmo com essa edição de seus chocolates, a Nestlé não abriu mão de produzir o seu ovo maciço, que é vendido nas grandes redes de varejo. O Prestígio, por exemplo, de aproximadamente 200 gramas, custa em torno de R$ 43. ‘É parte da estratégia da marca.
Continuidade da colaboração e gestão independente
Já fizemos com concorrentes, como Toddy, Negresco e Ovolmantine’, afirma Vichi. ‘Mas vai ser um aprendizado.’ A colaboração entre elas não significa uma incorporação da Nestlé à estratégia da Brasil Cacau. Elas continuarão, frisa a CEO do grupo CRM, sendo geridas de maneira separada. Não está prevista a distribuição de produtos da multinacional suíça nas lojas da chocolateria, por exemplo.
Plano de ação e crescimento sustentável
‘Não há intenção de Brasil Cacau se apropriar de marcas Nestlé, pois já fazemos isso há muitos anos. Continuaremos com nosso olhar inovador e não é restrito à Nestlé’, diz Vichi. Marcelo Melchior, CEO da Nestlé Brasil, e Renata Vichi, CEO do Grupo CRM Na primeira reunião de trabalho entre os times, o grupo CRM reiterou o que ficou combinado na assinatura do deal em 7 de setembro do ano passado: as empresas continuam sendo geridas de forma completamente separadas.
Expansão e inovação estratégica
‘Em abril começaremos a trabalhar nos planos futuros com agendas mais focadas no business’, diz a CEO do CRM. ‘Reiteramos o stand alone e o que deu certo nesses três anos de Advent.’ Em 1º de março, o grupo dono da Kopenhagen e a gestora de private equity assinaram o closing da venda para a Nestlé. Em meio aos brindes com nhá benta, o doce a base de marshmallow que é um dos carros-chefe da marca, ficou a sensação do crescimento que foi entregue.
O Grupo CRM acelerou o número de inaugurações para, em média, 115 por ano. A projeção é fechar este ano com 1.451 lojas, com 100 novas de Brasil Cacau e pouco mais de 200 de Kopenhagen. Outro avanço importante na gestão do CRM foi a participação do canal digital no faturamento do grupo, que saltou de 1% para algo próximo a 10% no fim do ano passado. A meta é chegar a 20% da receita projetada de R$ 2 bilhões em 2024.
Visão estratégica e perspectivas futuras
‘Não é qualquer um que dobra uma companhia em três anos com uma base madura, com crescimento sustentável, sem M&A ou incorporação’, afirma Vichi. Ela complementa: ‘A Nestlé continuará vendo ganhos incríveis do que foi semeado. Em termos de expansão, já dobramos e ainda tem mais 2.000 lojas para abrir. O digital era 1% da receita. Hoje é 12% e temos possibilidade de chegar a 30%.’
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Fonte: @ NEO FEED
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