Especialistas observam avanços em novos medicamentos de IA; reguladores correm para acompanhar sequências de aminoácidos, moléculas e estruturas tridimensionais.
A presença marcante da inteligência artificial na promoção de descobertas científicas significativas foi evidenciada com o desenvolvimento do AlphaFold, um software revolucionário criado pelo Google DeepMind.
Com a crescente demanda por soluções inovadoras, a IA está se consolidando como uma ferramenta essencial em diversos campos, impulsionando a evolução da tecnologia e da ciência de forma exponencial.
Avanços Científicos Profundos Impulsionados pela Inteligência Artificial
Em 2016, o marco atingido pelos pesquisadores da empresa com o AlphaGo provou o potencial revolucionário da inteligência artificial. Esse sistema de IA aprendeu as complexas regras do jogo Go de forma autônoma, superando os jogadores humanos mais habilidosos com estratégias inovadoras. Tal feito motivou a criação do AlphaFold, projetado para decifrar as intrincadas leis que regem a sequência de aminoácidos na formação de proteínas em sua estrutura tridimensional.
O AlphaFold interpretou essas regras complexas e as aplicou com maestria, superando décadas de esforços humanos na modelagem computacional desses processos vitais. Sua capacidade de prever com precisão como uma proteína se dobra a partir de sua sequência de aminoácidos foi um avanço excepcional. A importância da estrutura tridimensional das proteínas é fundamental, influenciando diretamente suas funções e interações com outras moléculas.
A busca por moléculas que interajam de maneira desejável com proteínas é o cerne de muitos programas de desenvolvimento de fármacos em todo o mundo. A inteligência artificial, ao agilizar esse processo complexo, desempenha um papel crucial na aceleração da descoberta de novos medicamentos e tratamentos. A aplicação de IA nesse contexto representa uma revolução no campo da biomedicina.
A biologia estrutural, dedicada ao estudo da estrutura tridimensional das proteínas, é uma disciplina essencial. Empregando técnicas avançadas, como ressonância magnética nuclear e análise de cristalização, os cientistas obtêm insights valiosos sobre as proteínas. Antes do AlphaFold, décadas de pesquisa nesse campo resultaram em poucas estruturas proteicas detalhadas. No entanto, com programas como o AlphaFold e suas contrapartes, como o Meta, o número de estruturas previstas cresceu exponencialmente.
O AlphaFold exemplifica a capacidade única da inteligência artificial generativa e da aprendizagem profunda de transformar dados brutos em previsões precisas. Ao analisar tanto sequências de aminoácidos quanto descrições tridimensionais das formas proteicas, o AlphaFold identificou padrões que o capacitaram a traduzir dados sequenciais em dados estruturais com impacto significativo. Embora nem todas as previsões sejam perfeitas, o potencial da IA para impulsionar a pesquisa biológica é inegável, prometendo avanços científicos profundos.
Fonte: @ Estadão
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