Detectadas 220 transferências suspeitas, 160 para conta de ex-servidora. Ela se dispôs a esclarecer.
Os desvios de verbas de pesquisa do Instituto de Biologia (IB) da Unicamp, divulgados em março deste ano, podem totalizar R$ 2,3 milhões, de acordo com uma investigação interna realizada pela instituição.
Além do desvio financeiro no IB, foi identificado um desfalque significativo em outras áreas da universidade, totalizando R$ 4,7 milhões. A gestão da Unicamp está tomando medidas rigorosas para evitar novos desvios de recursos e garantir a transparência em suas operações.
Investigações sobre desvio de verbas em universidade
Uma servidora, Ligiane Marinho de Ávila, foi demitida em dezembro de 2023 e está sob investigação desde fevereiro deste ano pela Polícia Civil. A Unicamp descobriu aproximadamente 220 transferências bancárias suspeitas realizadas por Ligiane. Ela era encarregada dos pagamentos dos recursos provenientes da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) para os pesquisadores do IB.
Detalhes da investigação e posicionamento da defesa
O advogado Rafael de Azevedo, representante de Ligiane, foi informado do inquérito na segunda-feira (27) e afirmou que sua cliente ainda não foi notificada para se pronunciar. A Unicamp declarou que está apurando os fatos em Sindicância Administrativa e tomará as medidas necessárias após a conclusão da investigação.
Transferências suspeitas e valores desviados
A maioria das transferências, cerca de 160, foi destinada à conta da própria servidora, totalizando R$ 1,2 milhão. Os outros R$ 700 mil foram transferidos para duas empresas e duas pessoas físicas também envolvidas na investigação da Polícia Civil. As transferências suspeitas ocorreram entre setembro de 2018 e janeiro de 2024, variando entre R$ 400 e R$ 80 mil cada.
Desvio de recursos e notas fiscais fraudulentas
Professores do Instituto de Biologia relataram desvios de verbas de pesquisa, chegando a R$ 245 mil em um caso. Uma investigação interna revelou que Ligiane utilizou uma empresa registrada por ela para emitir notas fiscais fraudulentas, simulando contratações fictícias. Os docentes afirmaram que a suspeita apresentou recibos fraudulentos em nome de terceiros sem ligação com os professores.
Procedimentos em andamento e prorrogação do inquérito
A Polícia Civil solicitou à Justiça a prorrogação do inquérito devido à necessidade de mais tempo para investigar o caso. O Ministério Público concordou com a prorrogação, aguardando a decisão judicial. Os professores explicaram que Ligiane atuava na Secretaria de Apoio Institucional ao Pesquisador, responsável pela gestão dos recursos destinados à pesquisa.
Fonte: © G1 – Globo Mundo
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