Ministro da Fazenda nega alteração em despesas obrigatórias em reunião fechada. Protocolo quebrado gera reação negativa.
O secretário da Economia, Luiz Silva, destacou a importância da correta interpretação das medidas econômicas em vigor, reforçando que a transparência nas ações do governo é fundamental para a estabilidade financeira do país. Segundo ele, qualquer desvio na interpretação das políticas pode gerar incertezas nos mercados e impactar negativamente a confiança dos investidores.
Além disso, é essencial que a sociedade compreenda a concepção por trás das decisões tomadas, para que haja um diálogo claro e construtivo entre os diversos setores. A correta interpretação das diretrizes econômicas é o primeiro passo para uma atuação eficaz e alinhada com os objetivos de crescimento e desenvolvimento do país. Portanto, é fundamental que haja transparência e clareza na comunicação das ações governamentais, a fim de evitar equívocos na interpretação das políticas públicas. limite
Interpretação e Concepção na Reunião Fechada
O relato se espalhou após uma reunião fechada do ministro com membros de instituições financeiras em São Paulo, incluindo o presidente do Santander, Mário Leão. Após o encontro, os juros futuros tiveram um aumento significativo, chegando perto dos 12% em certos pontos da curva; o dólar ultrapassou a marca dos R$ 5,32; e o Ibovespa registrou uma queda de 1,73%, retornando aos 120 mil pontos.
Durante a reunião, um protocolo foi quebrado, levando o ministro a expressar sua preocupação: ‘A condição da reunião era que as pessoas não interpretassem o que eu disse’, afirmou Haddad aos jornalistas em uma segunda rodada de conversas. Ele já havia abordado a imprensa sobre a Medida Provisória relacionada à restrição do uso de créditos de PIS/Cofins e voltou a se dirigir aos jornalistas após a reação negativa do mercado.
Haddad enfatizou que solicitou aos participantes da reunião que evitassem fazer ‘interpretações sobre o que eu disse’ ou colocar ‘palavras na minha boca’. Ele reiterou: ‘Se houver alguma dúvida, fiquem à vontade para perguntar’, relatou aos presentes.
Durante o encontro, um dos participantes questionou Haddad sobre a possibilidade de contingenciamento no caso de despesas obrigatórias excederem as projeções. O ministro respondeu que, se isso ocorresse, seria necessário contingenciar gastos, seguindo as diretrizes fiscais estabelecidas.
Haddad explicou que, caso uma despesa obrigatória ultrapassasse o previsto no orçamento, isso poderia pressionar outras despesas, exigindo do governo medidas de contingenciamento. Ele destacou a importância de manter as despesas sob controle para garantir a estabilidade fiscal.
Entre os agentes do mercado, surgiram rumores de que Haddad mencionou a possibilidade de contingenciar R$ 30 bilhões, mas ressaltou que a decisão final caberia ao presidente Lula e seria tomada em agosto. Alguns interpretaram que o governo optaria por mudanças no arcabouço em vez de cortes de gastos, o que Haddad negou veementemente.
O ministro enfatizou que sua comunicação durante a reunião foi clara e objetiva, especialmente em relação às despesas previdenciárias. Ele mencionou que é fundamental avaliar mensalmente as projeções de gastos à luz dos acontecimentos, como tem sido feito nos relatórios bimestrais.
Haddad lamentou a interpretação equivocada que circulou, classificando-a como uma irresponsabilidade. Ele sugeriu que qualquer dúvida fosse esclarecida diretamente com o CEO do Santander, enfatizando a importância da comunicação precisa e da interpretação correta das informações.
Fonte: @ Valor Invest Globo
Comentários sobre este artigo