Diminuição de montante da aplicação com a mordida do imposto de renda come-cotas, tradicional, sem retirada do cotista, arrecadando R$ 14 bilhões até sexta-feira.
Uma parcela considerável dos investidores dos fundos de investimento que consultarem os extratos de maio neste final de semana perceberão que o valor aplicado diminuiu em relação ao montante de abril – e não se trata de um equívoco do app. Trata-se do conhecido ‘come-cotas‘, o tradicional desconto do imposto de renda.
Para quem não está familiarizado com o termo, o ‘come-cotas‘ é um mecanismo utilizado para antecipar o pagamento do imposto de renda sobre os rendimentos dos fundos de investimento. Essa prática ocorre semestralmente e pode impactar diretamente o valor final do investimento, surpreendendo muitos investidores desavisados.
O impacto do ‘come-cotas’ no mercado financeiro
O ‘come-cotas’ é um mecanismo tributário que incide sobre os fundos de investimento no Brasil. Essa modalidade de imposto de renda é calculada no último dia de maio e de novembro, levando em consideração o rendimento dos produtos nos seis meses anteriores. A alíquota de 15% é aplicada sobre os ganhos, sendo automaticamente retida e repassada à Receita Federal.
Os fundos sujeitos ao ‘come-cotas’ são principalmente os multimercados e de renda fixa de acesso público. Por outro lado, os fundos de ações, imobiliários e de previdência não sofrem com essa mordida do leão. Essa distinção faz com que o ‘come-cotas’ seja uma fonte significativa de receita para o governo.
O montante arrecadado com esse imposto depende dos juros do semestre, que giram em torno de 6%, e do volume de recursos nos fundos afetados. Com a taxação dos fundos exclusivos, destinados a investidores de alta renda, a previsão é de um aumento de cerca de R$ 4 bilhões na arrecadação, chegando a um total de R$ 14 bilhões.
Desde dezembro do ano passado, mais fundos entraram na mira do ‘come-cotas’, o que pode resultar em perdas ou rentabilidade próxima a zero para os investidores. O resgate para pagamento desse imposto representa 15% dos juros do semestre, equivalente à rentabilidade esperada dos fundos. Apesar disso, não há motivos para preocupação, pois essa é uma prática comum no mercado financeiro.
Fonte: @ Valor Invest Globo
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