CEO da Ci&T acredita que tecnologia subestimada para próxima década, destacando modelos multimodais e plataformas multimídias.
A ascensão da inteligência artificial tem sido um dos principais temas de discussão nos últimos anos, com empresas de todo o mundo investindo pesado nessa tecnologia. No entanto, especialistas alertam que o futuro da inteligência artificial ainda reserva surpresas, podendo até mesmo desapontar aqueles que depositam grandes expectativas.
Apesar das previsões otimistas, muitos acreditam que a IA ainda tem um longo caminho a percorrer para alcançar todo o potencial que promete. Portanto, é importante ter em mente que os avanços nessa área podem não ocorrer tão rapidamente quanto se espera, sendo necessário paciência e realismo ao lidar com as expectativas em relação à inteligência artificial.
Inteligência Artificial: a revolução tecnológica
Essa é a perspectiva de Cesar Gon, CEO da CI&T, empresa de tecnologia da informação e desenvolvimento de software, que abordou o tema em um painel do fórum de investimentos anual promovido pelo Bradesco BBI. De acordo com o especialista, existe uma enorme euforia em relação a essas plataformas. No entanto, há um limite de disponibilidade de dados que precisa ser considerado.
Acessar texto é mais simples do que imagens e vídeos: ambos os recursos frequentemente possuem direitos autorais que restringem seu uso, ao contrário do texto, que na maioria das vezes já está em domínio público. Além disso, ressalta que recursos multimídia são altamente dependentes das unidades de processamento gráfico (GPUs) e requerem maior poder de computação e consumo de energia.
Isso implica em maiores investimentos para processar essas tecnologias. Esses desafios não são triviais de serem superados e demandam tempo. Por isso, Gon acredita que a tecnologia está sendo ‘superestimada’ para os próximos dois anos, e subestimada para os próximos dez.
Impacto da inteligência artificial nas empresas
De acordo com o especialista, empresas mais conectadas com seus consumidores serão as pioneiras na adoção dessa tecnologia, e o principal indicador de prontidão será a maturidade de sua base de dados. ‘Não basta ter volume, é fundamental possuir uma cultura de gerenciamento e tratamento adequado desses dados’.
Sinais de que uma empresa pode obter eficiência e produtividade com a inteligência artificial e, consequentemente, despertar interesse de investidores incluem o uso da tecnologia como parte integrante de sua estratégia, além do conhecimento sobre tecnologia por parte dos membros da alta administração e do conselho.
‘É ingênuo pensar que uma empresa que não incorpora tecnologia em seus processos vai se transformar em uma organização orientada por IA em dois ou três anos. A Magazine Luíza é um exemplo de empresa que integrou tecnologia em suas operações, mas essa evolução demandou décadas’, conclui Gon.
Fonte: @ Valor Invest Globo
Comentários sobre este artigo