Inversão dos polos magnéticos da Terra preocupa, mas há risco? Estudo sobre deslocamento do polo norte e velocidade de movimento do magma traz respostas.
Cientistas têm acompanhado o deslocamento dos polos magnéticos da Terra desde 1831, quando as primeiras medições foram realizadas. Durante esse tempo, o polo magnético norte se moveu aproximadamente 965 quilômetros. Segundo o físico Ofer Cohen, em declaração ao Science Alert, a velocidade desse deslocamento aumentou recentemente de 16 para 54 quilômetros por ano.
A variação nos movimentos dos polos magnéticos da Terra é um fenômeno fascinante que intriga os cientistas. O estudo contínuo dessas mudanças nos polos magnéticos é crucial para compreender melhor o funcionamento do nosso planeta. Além disso, a monitoração dos polos magnéticos da Terra fornece insights valiosos sobre a dinâmica do campo magnético terrestre e suas possíveis implicações para o futuro.
Explorando os Polos Magnéticos da Terra
Esse aumento significativo no deslocamento dos polos magnéticos da Terra pode indicar uma potencial inversão, um fenômeno em que o polo norte se desloca em direção ao sul e vice-versa, sem afetar os polos geográficos. Essa teoria está sendo investigada através da análise da datação do magma expelido por vulcões subaquáticos.
Cohen explica que as rochas vulcânicas não apenas registram a posição dos polos magnéticos, mas também a intensidade do campo magnético terrestre. Para confirmar uma possível inversão dos polos, seria necessário ter dados abrangendo pelo menos 200 anos de observação.
O movimento do núcleo terrestre, composto por metais líquidos como ferro e níquel, é o responsável pela criação do campo magnético da Terra. Esse campo atua como uma espécie de escudo protetor, nos defendendo da radiação cósmica e dos ventos solares, formando uma barreira que também previne os efeitos nocivos das ejeções de massa coronal, além de possibilitar fenômenos como as auroras.
Luiz Benyosef, pesquisador do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI) e do Observatório Nacional (ON), destaca a importância do campo magnético terrestre como um escudo protetor contra a radiação solar. Ele explica que graças a esse campo, somos protegidos de partículas nocivas que poderiam nos atingir, provenientes do Sol.
O campo magnético da Terra possui regiões com valores distintos em diferentes partes do planeta, com algumas áreas apresentando valores anômalos. Um exemplo disso é a Anomalia Magnética do Atlântico Sul (AAS), que tem sido amplamente discutida recentemente. Em locais como o Brasil, onde o campo magnético é mais fraco, a região pode ser mais vulnerável à penetração de partículas solares carregadas.
Benyosef utiliza o exemplo da bússola para ilustrar a inversão dos polos magnéticos, explicando que a Terra age como um ímã, com a bússola apontando para o norte devido à presença de um campo magnético interno. Esse campo varia ao longo do tempo, podendo passar por inversões em escalas temporais muito amplas.
O pesquisador ressalta que as mudanças no campo magnético estão relacionadas ao núcleo externo da Terra, que passa por transformações ao longo do tempo, incluindo possíveis inversões nos polos magnéticos. Esses fenômenos são fundamentais para entender a dinâmica do campo magnético terrestre e suas implicações para a proteção do planeta contra eventos cósmicos.
Fonte: @Olhar Digital
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