Urna fecha às 20h locais (15h em Brasília). Menor abstenção em 40 anos na eleição legislativa francesa. Votação europeia não afeta coabitação governamental.
O pleito legislativo deste domingo na França promete ser um desafio para o presidente Emmanuel Macron, com previsões indicando uma derrota expressiva, comparável ou até mais severa do que a sofrida nas eleições para o Parlamento Europeu em 9 de junho. O partido de extrema direita Reunião Nacional (RN), sob a liderança de Marine Le Pen, surge como favorito para conquistar a maioria na Assembleia Nacional, composta por 577 cadeiras, o que representa um cenário desafiador para Macron.
Emmanuel Macron, atual presidente francês, enfrenta um cenário político complexo, com a possibilidade de uma derrota significativa nas urnas. A ascensão da Reunião Nacional, liderada por Marine Le Pen, coloca em xeque a influência e a estabilidade do governo de Macron. A votação deste domingo pode redefinir o panorama político da França, impactando diretamente o mandato do presidente Macron.
Macron: Eleições legislativas francesas e europeias
O segundo turno, com data marcada para 7 de julho, é aguardado com grande expectativa em meio à votação francesa para a Assembleia Nacional. O presidente Emmanuel Macron está atento aos desdobramentos, pois a menor abstenção em 40 anos no primeiro turno das eleições legislativas indica um cenário de alta participação. Nas urnas, os eleitores franceses têm comparecido em maior número, com 25,9% de participação ao meio-dia, um índice que não era visto desde 1981. A previsão é de que mais de dois terços dos inscritos exerçam seu direito ao voto, refletindo o interesse despertado pelo pleito.
A votação não afeta diretamente a permanência de Macron no cargo até 2027, mas a possibilidade de a ultradireita obter o maior número de assentos na Assembleia Nacional traz incertezas. O partido de Le Pen, que obteve 32% dos votos nas eleições europeias, agora projeta alcançar 37% de apoio, enquanto a união de esquerda Nova Frente Popular segue com cerca de 28%. O centrista Juntos, liderado por Macron, deve conquistar aproximadamente 20% dos votos, refletindo seu desempenho semelhante à votação da UE.
Analistas apontam que Macron enfrenta o desafio de perder a aposta ao antecipar as eleições legislativas, buscando um reposicionamento político após o triunfo da ultradireita na votação europeia. Uma vitória da extrema direita poderia resultar em um governo de coabitação, modelo que já foi adotado entre Jacques Chirac e Lionel Jospin. As eleições se tornaram um referendo sobre o ‘macronismo’, com críticas à gestão do presidente e suas reformas impopulares.
Em meio a esse cenário, eleitores como Emmanuel Ringuet, que trabalha na Renault, expressam insatisfação com a situação atual. Ringuet, antes socialista, considera votar no RN pela primeira vez, preocupado com a destruição dos serviços públicos e o aumento da criminalidade em sua cidade. Uma possível vitória da extrema direita poderia impactar a autoridade de Macron, justamente quando o país se prepara para os Jogos Olímpicos, marcados para 26 de julho. A coabitação e a formação de um governo de oposição são cenários possíveis, trazendo desafios para o futuro político da França.
Fonte: @ Valor Invest Globo
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