Número recorde de mortes por Aedes Aegypti preocupa o país; Painel de Arboviroses mostra realidade sombria com falhas no controle e interiorização da doença.
Em apenas 3 meses de 2024, o Brasil já acumula mais de 2 milhões de casos suspeitos de dengue. Os dados foram divulgados pelo Painel de Arboviroses do Ministério da Saúde, evidenciando a gravidade da situação no país.
A dengue é uma grave virose transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, que se reproduz em água parada. A prevenção é fundamental para evitar a proliferação do vetor e a transmissão da doença. É importante manter os quintais limpos e eliminar todo e qualquer recipiente que possa acumular água, pois a dengue pode ser fatal em casos graves.
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Maior número de casos de dengue em 2024
Foram confirmadas ainda 682 mortes em decorrência da virose e mais de mil seguem em investigação. Ainda de acordo com os dados divulgados, o coeficiente de incidência da doença em 2024 é de 990.3 a cada 100 mil habitantes.
Desafios enfrentados no controle da dengue
Comparando com os parâmetros estabelecidos pela Organização Mundial de Saúde (OMS) para definir uma situação de epidemia, que é de 300 casos a cada 100 mil habitantes, o Brasil já ultrapassou esse limite. Na segunda-feira, 18, o País já havia ultrapassado o maior número de casos de dengue registrados na sua história, com 1.899.206 casos prováveis da doença.
O recorde histórico anterior era do ano de 2015, com 1.688.688 casos da doença. Agora, o Brasil chega a 2 milhões de casos de dengue em 2024. É importante ressaltar que os dados registrados pelo Ministério da Saúde costumam levar um tempo para corresponderem à realidade.
Fatores que contribuem para a propagação da dengue
Os especialistas apontam falhas no controle da disseminação do Aedes Aegypti como um dos principais motivos para a escalada da doença. A identificação e eliminação de criadouros do mosquito são essenciais e, na maioria das vezes, encontram-se dentro das residências. O Ministério da Saúde também destaca a importância do uso de repelentes e inseticidas.
O El Niño e as mudanças climáticas são fatores que agravam o cenário. Com o aumento das temperaturas e do volume das chuvas, a reprodução do Aedes Aegypti é favorecida. Um novo estudo da Fiocruz, publicado na revista científica Nature, sugere uma tendência de interiorização da dengue nas cidades brasileiras.
Estratégias para o combate à dengue
Tradicionalmente, os casos de dengue eram mais comuns no litoral do país, mas, devido à urbanização e às altas temperaturas, a incidência vem se expandindo para outras regiões. É fundamental intensificar as ações de controle do mosquito transmissor, bem como conscientizar a população sobre a importância de eliminar possíveis criadouros do Aedes Aegypti.
A prevenção, com o uso de repelentes e inseticidas, também desempenha um papel crucial na redução da transmissão da dengue. É imprescindível que as autoridades e a sociedade civil unam esforços para combater essa virose tão prejudicial à saúde pública.
Fonte: @ Estadão
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