Rede federal de saúde enfrenta situação de penúria com complexos hospitalares em crise. Ministro da Saúde é cobrado por denúncias e influência de milicianos.
Essa semana, a gestão da ministra da Saúde, Nísia Trindade, foi abalada por uma nova crise envolvendo os hospitais federais do Rio de Janeiro.
Além dos desafios enfrentados nos hospitais federais, as unidades federais de saúde também estão sob intensa pressão devido à alta demanda por atendimentos durante a pandemia.
Situação de penúria nos hospitais federais do Rio de Janeiro
A situação de penúria da rede federal no Rio faz com que pacientes enfrentem longas filas de espera por procedimentos e tratamentos.PUBLICIDADEA situação dos hospitais federais do Rio de Janeiro foi foco de denúncias do programa Fantástico, da TV Globo, no domingo, 17, e rendeu uma reprimenda do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à titular da Saúde durante reunião ministerial na segunda-feira, 18.
Unidades federais e a influência de milicianos
Procurado pela reportagem, o ministério não se manifestou até a publicação da matéria.Como o Estadão mostrou, Nísia foi de ministra com bem avaliada à gestora pressionada na Esplanada dos Ministérios, diante do fracasso da ação federal na reserva indígena Yanomami, que teve aumento de mortes em 2023, e a explosão de casos de dengue no País.Nísia Trindade foi cobrada por Lula na última reunião ministerial (foto de 7/8/2023) Foto: Wilton Junior/EstadãoO histórico de precariedade das unidades federais do Rio é longo e registra há alguns anos relatos de mau funcionamento.
Desafios nos complexos hospitalares e denúncias na CPI da Covid
As unidades já foram alvo inclusive de um capítulo à parte no relatório da CPI da Covid, conduzida pelo Senado em 2021, que mostrou o controle político na indicação de dirigentes dos complexos hospitalares, com relatos até mesmo de influência de milicianos na administração.Leia tambémLula dá bronca em Nísia, seguida de afago: ‘Você tem minha confiança’O Ministério da Saúde faz a gestão direta de seis unidades no Rio, que fazem atendimentos de média e alta complexidade, alguns vinculados também à assistência básica, como o caso do Hospital da Lagoa.
Leitos abertos e instabilidade nas relações de trabalho
A rede federal do Rio compreende ainda o Hospital Federal do Andaraí (HFA), o de Bonsucesso (HFB), o Cardoso Fontes (HFCF), o de Ipanema (HFI), o da Lagoa (HFL) e o dos Servidores do Estado (HFSE).Dados do ministério mostram que em 2022 os hospitais federais do Rio realizaram cerca de 35 mil cirurgias, além de quase 700 mil consultas, o que dá a dimensão da importância da rede para a região.No ano passado, o governo fez um relatório detalhando o quadro verificado nas unidades.
Reabertura de leitos e pressão do Centrão
Os dados mostraram redução de 1639 servidores nos hospitais federais entre 2018 e 2023. O levantamento citou ainda ação civil pública do Ministério Público que indicou déficit de 7.002 profissionais na rede.Publicidade’A gente tem menos orçamento do que tinha em 2022, que já era péssimo. Menos profissionais do que tinha em 2022, e tem mais leitos abertos.
Novas medidas e trocas no Ministério da Saúde
Nossa situação é dramática’, diz Christiane Gerardo, diretora do Sindicato dos Trabalhadores em Saúde, Trabalho, Previdência e Assistência Social no Estado do Rio de Janeiro (Sindsprev-RJ).Leia tambémEm 2 meses e meio, País supera nº de casos de dengue de 2023 e deve ter pior surto da história’Não temos insumos para trabalhar, estamos desabastecidos, temos 1,7 mil contratos de trabalho que vão vencer em maio, temos instabilidade nas relações de trabalho’, acrescenta ela, servidora do Hospital Cardoso Fontes, .Também em 2023, o governo reabriu 305 leitos nos hospitais federais.
Fonte: @ Estadão
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