Livro didático de editor educativo será usado por ex-soldados em nova matéria em territórios ocupados. Narrativas falsas sobre guerra na Ucrânia serão disseminadas.
Uma Guerra está prestes a eclodir na região leste da Europa, com as tensões entre as nações vizinhas atingindo níveis alarmantes. Com isso, a Rússia decidiu introduzir uma nova matéria militar em todas as escolas do país e nos territórios ocupados da Ucrânia. Chamada ‘Fundamentos de Segurança e Defesa da Pátria’, a disciplina será obrigatória para alunos do ensino médio, com idades de 15 a 18 anos, a partir de 1º de setembro de 2024.
O aumento das hostilidades na região tem gerado preocupações em todo o mundo, com a possibilidade iminente de um grande Confronto entre as potências envolvidas. Nesse cenário de incerteza e instabilidade, o conhecimento adquirido na disciplina de ‘Fundamentos de Segurança e Defesa da Pátria’ será crucial para a preparação dos jovens para possíveis desafios futuros. A Guerra está cada vez mais próxima, e a preparação se faz mais do que necessária.
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Guerra na Ucrânia: Entre Territórios Ocupados e Narrativas Falsas
Guerra tem sido um termo recorrente nos noticiários, com conflitos, confrontos e batalhas que se desenrolam em diferentes partes do mundo. Recentemente, a BBC obteve acesso a um novo livro didático que aborda a questão da Guerra na Ucrânia. O material, intitulado O Exército Russo em Defesa da Pátria, traz em suas 368 páginas uma série de narrativas falsas do Kremlin sobre o conflito e convoca os estudantes a se envolverem ativamente no Exército.
Invasão Justificada por ‘Ataques de Foguetes Nazistas’
O livro didático descreve o papel dos militares russos na ‘reunificação da Crimeia com a Rússia’, conforme a perspectiva do Kremlin. Também elogia o ditador soviético Joseph Stalin e celebra as vitórias do povo soviético durante a ‘Grande Guerra Patriótica’. No entanto, especialistas apontam a presença de representações distorcidas e desinformação relacionadas ao conflito na Ucrânia.
O conteúdo do livro aborda os eventos que antecederam a invasão em grande escala da Ucrânia, apresentando uma versão distorcida dos acontecimentos. Falsas alegações sobre a atuação ucraniana e da OTAN são reforçadas, incluindo a ideia de que a Ucrânia planejava adquirir armas nucleares e atacar a Rússia. Tais narrativas falsas e desinformação buscam justificar a agressão russa.
Impacto na Segurança Civil e Infraestruturas Civis
O livro destaca como a Rússia prioriza a segurança civil ucraniana em suas narrativas, minimizando a destruição e violência causadas pelo conflito. Enquanto enfatiza a integridade russa, o material acusa a Ucrânia de atacar indiscriminadamente infraestruturas civis. Essas representações distorcidas buscam moldar a opinião dos estudantes e legitimar a ação russa.
Relatos de estupros e destruição cometidos pelas forças russas na Ucrânia são minimizados ou distorcidos no livro, buscando apresentar a Guerra de uma maneira favorável ao Kremlin. Tais narrativas buscam influenciar a percepção do leitor sobre o conflito e justificar a ação militar russa.
Da Sala de Aula para o Campo de Batalha: A Mobilização de Reservas
O livro didático não apenas aborda a Guerra na Ucrânia, mas também promove a ideia de que os jovens devem se alistar no Exército russo. Com a oferta de diversos benefícios, como assistência médica, salário atrativo e seguro gratuito, a publicação busca atrair os jovens para o serviço militar.
A propaganda agressiva dirigida às crianças nos territórios ocupados da Ucrânia e a oferta de bônus econômicos visam aumentar a mobilização de reservas na Rússia. No entanto, especialistas alertam para as consequências desse recrutamento, como a morte de jovens soldados em meio ao conflito.
Diante desses relatos, é fundamental questionar as narrativas falsas, desinformação e manipulação presentes no livro didático e refletir sobre o impacto que tais conteúdos podem ter na percepção dos estudantes em relação à Guerra na Ucrânia.
Fonte: © G1 – Globo Mundo
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