Ampliação da detecção de Oropouche em todo o Brasil em 2023: possibilidade de transmissão, presença do anticorpo, relação com malformações neurológicas, vigilância epidemiológica.
Uma orientação aos estados e municípios para reforçarem a vigilância em saúde em relação à febre Oropouche foi divulgada recentemente pelo Ministério da Saúde (MS). De acordo com as informações, a decisão foi tomada após o Instituto Evandro Chagas do MS identificar a presença de anticorpos do vírus em amostras de um caso de aborto e quatro casos de microcefalia.
No combate à doença Oropouche, é fundamental intensificar as ações de prevenção e controle, visto que se trata de um arbovírus transmitido por mosquitos. A identificação precoce de casos e a implementação de medidas de proteção individual são essenciais para conter a propagação do vírus Oropouche e garantir a segurança da população.
Ministério alerta para a febre Oropouche e suas possíveis complicações
O Ministério da Saúde emitiu uma nota na quinta-feira (11) destacando a importância da vigilância epidemiológica em relação à febre de Oropouche. Segundo a pasta, a possibilidade de transmissão do vírus da gestante para o feto levanta questões sobre a relação entre a infecção e eventuais malformações neurológicas, embora não haja confirmação de ligação direta com óbitos.
Além disso, o ministério recomenda que estados e municípios intensifiquem a vigilância nos últimos meses da gestação e no acompanhamento dos bebês de mulheres que tiveram infecções por dengue, Zika, Chikungunya ou febre de Oropouche. A presença do anticorpo em gestantes também é um ponto de atenção.
Para fortalecer a detecção de casos, o serviço de identificação da febre de Oropouche foi expandido para todo o país em 2023, com a disponibilização de testes diagnósticos em laboratórios públicos. Anteriormente concentrados na Região Norte, os casos agora são identificados em diversas partes do Brasil.
‘A descoberta reforça a importância da vigilância epidemiológica no Sistema Único de Saúde (SUS), especialmente em relação à possível transmissão vertical de doenças, essencial para diagnósticos precoces e proteção de gestantes e recém-nascidos’, ressaltou o ministério.
A febre de Oropouche é causada pelo arbovírus Orthobunyavirus oropoucheense (OROV) e apresenta sintomas como febre súbita, dor de cabeça, dores musculares e articulares, tontura, dor nos olhos, calafrios, náuseas e vômitos. Em cerca de 60% dos pacientes, febre e dor de cabeça persistem por até duas semanas, sem tratamento específico.
A prevenção da doença envolve medidas de proteção contra os mosquitos transmissores, como evitar áreas com presença de maruins e mosquitos, instalar telas em portas e janelas, usar roupas que cubram o corpo e aplicar repelente regularmente.
Desde sua identificação no Brasil em 1960, a febre de Oropouche tem sido relatada em surtos na região amazônica e em outros países da América do Sul. Com a ampliação da investigação no país, foram confirmados 7.044 casos, com transmissão local em 16 estados, reforçando a importância da vigilância e prevenção contra essa doença viral.
Fonte: © Notícias ao Minuto
Comentários sobre este artigo