Investimento imobiliário perde espaço no mercado com crescimento dos bancos digitais. Tivio diz que fechamento de agências já acabou.
Desde o auge das fintechs há uma década, o mercado tradicional de locação de agências bancárias passou de estável e atrativo para os investidores a extremamente arriscado. Com os principais bancos fechando agências e apostando na experiência digital, os fundos imobiliários precisaram reavaliar suas estratégias de investimento.
Essa mudança de paradigma levou a uma reconfiguração no setor imobiliário, com uma diminuição significativa no número de unidades bancárias disponíveis para locação. Os pontos de atendimento tradicionais estão sendo substituídos por soluções mais modernas e eficientes, refletindo a transformação contínua no mercado de agências bancárias.
Investindo em Agências Bancárias para Diversificação de Portfólio
A Tivio Capital, com aproximadamente R$ 30 bilhões sob gestão, tem como foco a estratégia de fundos imobiliários, com destaque para o segmento das agências bancárias. Dentro do portfólio do TVRI11, principal fundo da gestora com cerca de R$ 1,6 bilhão sob gestão, a alocação atual é de 35% em agências bancárias (todas pertencentes ao Banco do Brasil), 31% em lajes corporativas e 34% em imóveis de uso misto, combinando agências bancárias e espaços corporativos.
A presença das agências bancárias nesse portfólio reflete a estratégia de diversificação da Tivio Capital, que enxerga oportunidades nesse mercado muitas vezes negligenciado. A gestora, uma joint venture entre Bradesco e banco BV, acredita que a redução no número de agências bancárias pode estar revertendo, impulsionando a demanda por esses imóveis.
Em um cenário de exposição regional, 25% do portfólio está concentrado em São Paulo, 46% em outras grandes capitais e 29% em cidades do interior do Brasil. Essa distribuição geográfica reflete a estratégia da Tivio de diversificar os investimentos em agências bancárias em diferentes regiões do país.
A análise da Tivio Capital, baseada em dados do Banco Central, mostra que o número de agências bancárias dos principais bancos do país diminuiu de 20 mil em 2016 para cerca de 14 mil em 2024. No entanto, a gestora identifica uma estabilização nesse movimento de redução, o que pode indicar uma mudança de cenário no mercado de agências bancárias.
Adriano Mantesso, head da área de real estate da Tivio Capital, destaca a diversidade do mercado brasileiro e a crescente demanda por interações físicas, o que reforça a visão positiva da gestora em relação ao investimento em agências bancárias. A valorização imobiliária desses ativos, aliada à possibilidade de transformação em outros empreendimentos comerciais, como farmácias e supermercados, amplia as oportunidades de retorno para o fundo TVRI11.
No contexto da redução de agências bancárias, a gestão do fundo se posiciona estrategicamente para mitigar riscos, aproveitando a valorização dos imóveis bem localizados. A análise mostra que, apesar das variações no mercado, as agências bancárias continuam sendo ativos atrativos para investimento, refletindo a confiança da Tivio Capital na resiliência desse segmento.
Fonte: @ NEO FEED
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