Ações coletivas de ESG entre grandes empresas do mesmo setor representam compromisso, direitos, concorrência no mercado e integridade.
O compromisso das grandes empresas de um determinado setor em adotar práticas de ESG (‘governança ambiental, social e corporativa’) é fundamental para promover a transparência e a responsabilidade nos negócios. Esse engajamento fortalece a reputação das organizações, demonstrando o seu compromisso com a sustentabilidade e a ética em suas operações.
A implementação de políticas de ESG não apenas contribui para a melhoria da imagem das empresas, mas também impacta positivamente a sua governança interna e externa. Ao integrar considerações ambientais, sociais e corporativas em suas estratégias, as companhias demonstram um verdadeiro comprometimento com a construção de um futuro mais justo e sustentável para todos. Esse alinhamento com os princípios de ESG não só agrega valor aos negócios, como também fortalece as relações com stakeholders e a sociedade como um todo.
Compromisso com a Governança Corporativa
José Marcelo Martins Proença desempenha o papel de diretor de compliance na JBS e também é professor. Essa análise é fornecida por José Marcelo Martins Proença, diretor de compliance na JBS, e professor na Universidade de São Paulo (USP) e na Fundação Getulio Vargas (FGV). Ele abordou o assunto em uma entrevista para a série Grandes Temas, Grandes Nomes do Direito. Nesse contexto, a revista eletrônica Consultor Jurídico conversa com figuras proeminentes do Direito, da política e da economia sobre os temas mais significativos da atualidade.
José Marcelo Martins Proença enfatiza o compromisso com a governança corporativa ao defender a ação coletiva como um segundo passo para um programa de compliance. Ele destaca a importância de ter todo o setor bem organizado e comprometido com regras de respeito aos direitos humanos, ao Direito Ambiental e à anticorrupção. Proença ressalta a necessidade de colocar todo um setor em um sistema extremamente interessante, onde a integridade é fundamental.
A JBS participa da Ação Coletiva Anticorrupção da Agroindústria, coordenada pela Rede Brasil do Pacto Global das Nações Unidas, visando combater casos de corrupção e fortalecer os compromissos sociais e ambientais. Recentemente, a iniciativa foi reconhecida com o Outstanding Achievement Award pelo Instituto de Governança de Basel, na Suíça. Proença expressa sua satisfação com o prêmio e reafirma o compromisso contínuo com essa ação coletiva.
Envolvimento com a Recuperação Judicial de Empresas
Além de sua atuação em compliance, Proença, Doutor em Direito Comercial, possui experiência consolidada em recuperação judicial de empresas. Ele destaca que a legislação vigente não demanda grandes modificações, mas sim uma implementação mais eficaz dos objetivos de reforma normativa estabelecidos na Lei 11.101/2005.
Proença ressalta a importância de proteger os credores e envolvê-los ativamente em um plano de recuperação, visando otimizar os ativos da empresa em dificuldades. Em relação às propostas de alteração na legislação de recuperação de empresas, ele enfatiza a necessidade de uma implementação adequada da lei existente, ao invés de grandes mudanças.
No início deste ano, o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) encaminhou ao Congresso um projeto de lei para modificar o processo falimentar previsto na Lei 11.101/2005. O projeto foi aprovado na Câmara dos Deputados e aguarda tramitação no Senado Federal. Proença destaca a importância de garantir que os planos de recuperação judicial sejam distintos e atendam aos objetivos de cada empresa, respeitando sua função social.
Fonte: © Conjur
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