Ilha Camará, do tamanho de dois campos de futebol, desapareceu em 2016. Investigação da Polícia Civil busca entender causas e culpados pelo sumiço, que trouxe prejuízos na pesca.
Comunidades ribeirinhas denunciam tráfego de lanchas em alta velocidade no Rio Cajutuba por impactos na pesca e até desaparecimento de ilha. Foto: Auremluc / BBC News Brasil Uma ilha que ocupava a extensão de dois campos de futebol foi, por muitos anos, o santuário de repouso e diversão para algumas comunidades ribeirinhas da costa paraense.
Recentemente, relatos apontam para a diminuição da ilha devido à ação humana desenfreada, transformando-a em uma pequena ilhota. Essa porção reduzida de terra ainda é vista como um importante refúgio para os moradores locais, que clamam por medidas de proteção e conscientização ambiental.
Investigação da Polícia Civil revela desaparecimento de ilha em 2016
A partir de 2012, entretanto, essa ilhota começou a diminuir rapidamente — até sumir em 2016. Ilha da Gigoia é um refúgio natural no Rio de Janeiro. A remota ilha britânica que abriga base secreta dos EUA e virou alvo de disputa migratória. Mais de 70 baleias-piloto são encontradas encalhadas em uma ilha da Escócia. Mas o que causou o sumiço da ilha?
De um lado, os moradores da área afirmam que a passagem de lanchas em alta velocidade de uma empresa de praticagem causou a erosão e a subsequente destruição da ilha, chamada Camará. A denúncia deles resultou em uma investigação da Polícia Civil paraense, com o apoio de pesquisadores de uma universidade e o uso de imagens de satélite.
Por outro lado, os responsáveis pelas embarcações negam qualquer envolvimento com o desaparecimento da ilha — e contaram com o suporte técnico de especialistas no assunto para rebater e defender que a erosão é um processo natural, comum na região.
Para compreender os detalhes deste caso, é necessário entender a dinâmica da região em que tudo ocorreu. O município de Marapanim é o epicentro da polêmica, localizado a cerca de 150 km de Belém, nas proximidades da costa nordeste do Estado. Banhado pelos rios Cajutuba e Camará, que desembocam no mar, Marapanim é marcado pela mistura de água doce e salgada, influenciada pela força das marés.
A área costeira, que se estende pelo Pará, Maranhão, Amapá, Guiana Francesa e Suriname, possui extensos manguezais. Marapanim abriga a Reserva Extrativista Marinha (Resex) Mestre Lucindo, criada em 2014 para conservar a biodiversidade dos ecossistemas da região.
A cidade também é lar de até 5 mil pessoas na reserva extrativista, enquanto o município conta com 28 mil habitantes. A região abriga um dos pontos de operação da empresa Barra do Pará, que presta serviços de praticagem. Em resumo, a investigação da Polícia Civil sobre o desaparecimento da ilha Camará em 2016 levantou questões sobre a influência das lanchas de alta velocidade na pesca e os possíveis prejuízos causados.
Fonte: @ Terra
Comentários sobre este artigo